Fragilidade política: impacto do cenário no emprego em 2023

Por Helena Botelho de Souza

Jornalista Freelancer na Caderno Nacional

Publicado em 16/01/2023. Atualizado em 16/01/2023

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Entenda como a instabilidade política do início de 2023 pode impactar a geração de empregos em 2023.

Quando o assunto é o futuro e o desenvolvimento de um país, é unânime o posicionamento de que a geração de empregos e o cenário de trabalho são pontos-chave. Reduzir o desemprego, melhorar a oferta e as condições de trabalho e garantir remuneração condizente com o custo de vida são estratégias consideradas essenciais para a qualidade de vida da população e, consequentemente, para o próprio crescimento do país.

No Brasil, o ano de 2023 se inicia com grande preocupação em relação ao cenário do emprego, especialmente pelo alto número de brasileiros desempregados e/ou em condições de subemprego: segundo o IBGE, no 3º trimestre de 2022, o Brasil tinha 9,5 milhões de desempregados e 4,3 milhões de desalentados. O atual presidente, Lula, eleito em 30 de outubro de 2022, já toma posse com esse desafio em pauta.

No entanto, uma questão a mais se soma à própria geração de empregos: a instabilidade política e a forte polarização no país, presente já há alguns anos no debate público e fortalecida após as Eleições 2022 e o não-reconhecimento oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro a respeito do resultado.

Como a fragilidade e a instabilidade políticas do momento atual impactam o cenário da empregabilidade e da geração de oportunidades para os brasileiros em 2023? Leia mais sobre o tema neste artigo do Caderno Nacional.

Tema já preocupava o mercado em 2022


A instabilidade política, tanto em âmbito nacional quanto em âmbito internacional, já era uma preocupação do mercado em 2022. Com o país polarizado, a eleição de qualquer um dos dois candidatos principais na corrida eleitoral — Lula e Bolsonaro — já poderia ser suficiente para desagradar uma parcela considerável da população.


Com os atos praticados por uma ala radical de eleitores do Bolsonaro no dia 08 de janeiro, nos quais grupos invadiram a sede dos Três Poderes em Brasília (DF), um clima de tensão política se instalou no país. Empresas e entidades repudiaram as ações e demonstraram suas preocupações com o futuro do país.


Nesse contexto, a preocupação dos empregadores está no possível risco em investir na contratação de funcionários e na expansão do negócio em um cenário político-econômico que pode mudar em breve.

O cenário para o início de 2023


Se para empresas em setores menos sensíveis os negócios continuarão operando em condições normais, esse cenário deve resultar em certa contração para empregadores de setores estratégicos e mais sensíveis às questões políticas do Brasil, como a indústria, o agronegócio e os setores de comércio e serviços que dependem diretamente de processos de exportação e importação.

A instabilidade política pode resultar em reações econômicas, como altas e baixas do dólar, da Bolsa de Valores e de outros índices que impactam diretamente na contratação de novos funcionários. Assim, a probabilidade maior é que empregadores tanto do setor público quanto do setor privado aguardem alguns meses e um período de “calmaria” no novo Governo Lula para abrir novas vagas e oportunidades.


Alguns dos fatores fundamentais aos quais as empresas contratantes devem se atentar são a popularidade e a competência do governo, as condições econômicas básicas, questões relacionadas a alimentos e segurança energética e ainda a situações de aumento do populismo.


Além disso, as consequências da gestão anterior também devem chegar à geração de empregos de 2023: se no ano passado ainda vivíamos um período forte de inflação e recessão econômica decorrente da pandemia de Covid-19, o tom para 2023 deve incluir mais ações voltadas à austeridade fiscal, ainda que de forma equilibrada com as questões centrais apresentadas pelo Governo Lula, como o combate à fome e o aumento do poder de compra. 

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