Discussões sobre diversidade têm ganhado cada vez mais espaço no mercado de trabalho, seja em pequenas empresas, seja em grandes corporações. Nos últimos anos, gradualmente o mundo corporativo vem desenvolvendo iniciativas para tornar suas empresas mais diversas. Contudo, os resultados ainda são pouco animadores: uma pesquisa recente indica que grupos considerados minoritários, como negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência compõem menos de 10% dos quadros empresariais.
O levantamento, que contou com mais de 6 mil participantes, foi feito por duas entidades: a Pulses, uma plataforma de soluções de clima organizacional, engajamento e performance; e a Nohs Somos, uma startup voltada aos temas de diversidade e inclusão.
Segundo a pesquisa, entre todos os respondentes, apenas:
- 8% se declaram negros;
- 8% se declaram LGBTQIA+;
- 4% se declaram não-binários, transgêneros ou travestis; e,
- 3% relatam ter alguma deficiência.
Além disso, entre as empresas participantes, apenas metade oferece uma política de diversidade e inclusão que seja plenamente divulgada e bem trabalhada.
Inclusão de PCDs
Outro ponto de destaque da pesquisa é a baixa inclusão de pessoas com deficiência. Segundo o levantamento, 33% dos funcionários declararam não haver ações para incluir profissionais que tenham algum tipo de deficiência na empresa, mesmo que haja obrigação legal para a contratação.
Há diferentes tipos de barreiras apontados para a baixa inclusão desse grupo nas empresas, como reformas e adaptações de estrutura, como rampas, corrimões e pisos táteis de alerta, além de noções sobre Libras. Além disso, é fundamental trabalhar a quebra de estigmas e preconceitos a respeito de pessoas com deficiência, o que exige campanhas de conscientização e outras ações do tipo.
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Percepção de funcionários
Embora o resultado seja pouco expressivo, a percepção dos funcionários e colaboradores da pesquisa indica um quadro diferente, uma vez que 73% dos participantes relataram que a organização possui um quadro de funcionários diverso.
Esse ponto, então, mostra o descompasso entre a percepção de boa parte da sociedade e a efetiva política de inclusão que ocorre no mercado de trabalho e em outros espaços. A diferença coloca em evidência a vivência social dos participantes e o provável pouco contato que eles tiveram com grupos minoritários; essa hipótese explica a tese de colaboradores considerarem o espaço diverso mesmo o quadro estando abaixo dos 10%.
Ainda, apesar de os participantes demonstrarem haver práticas inclusivas e combate à discriminação nas corporações, metade deles afirmaram não conhecer a política de inclusão e diversidade desenvolvida pela organização onde atuam.
Mudança
Para Beth Navas, co-fundadora e especialista em People Science da Pulses, os gestores são corresponsáveis pela promoção dessa mudança. O trabalho deve ser feito em conjunto, afirma, com todas as áreas, especialmente o setor de Recursos Humanos e os níveis hierárquicos da empresa.
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