Demissões em massa chegam a cargos de diversidade: veja mais

Por Helena Botelho de Souza

Jornalista Freelancer na Caderno Nacional

Publicado em 23/02/2023. Atualizado em 23/02/2023

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Entenda os motivos e os impactos da redução de equipes na área de diversidade, equidade e inclusão.

O mercado de trabalho vem assistindo, nos últimos meses, a um cenário preocupante de demissões em massa: grandes empresas de tecnologia e startups desligaram dezenas de milhares de profissionais alegando preocupação com a situação econômica nacional e internacional e uma antecipação ao que pode vir a ser uma crise ampla na área.

A movimentação empresarial, como esperado, afetou especialmente profissionais recém-contratados e/ou de áreas consideradas menos estratégicas. Nesse sentido, um dos setores mais atingidos foi o de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), que nos últimos anos foi destaque no mercado como uma resposta a movimentos sociais em alta.

Neste artigo do Caderno Nacional, abordamos o impacto dos layoffs no setor de diversidade das empresas, que justamente vinha se estruturando recentemente. Continue a leitura para entender o tema.

Redução de gastos e antecipação ao mercado


A principal justificativa para os cortes que chegaram aos departamentos de Diversidade, Equidade e Inclusão é a redução de gastos e antecipação aos movimentos do mercado. Os cortes chegaram ao setor de tecnologia de modo geral e têm minado os departamentos de diversidade, equidade e inclusão, prejudicando as promessas das empresas sobre ter quadros de funcionários mais diversos.

De acordo com dados da Textio, empresa global de recrutamento que foca na imparcialidade e no combate à polarização, ainda em 2022 houve uma queda de 19% na oferta de empregos na área de DEI. No Twitter, um ex-funcionário afirmou que a equipe do setor foi reduzida de 30 para apenas dois colaboradores. Ainda, segundo informações da Bloomberg News, funcionários da Amazon, da Meta e da Redfin também perderam seus cargos.

O impacto da redução de DEI


Na última década, pautas sociais e identitárias ganharam força no debate público e empurraram os limites na política, na mídia e no mundo corporativo. A busca por mais representatividade levou esses ambientes a priorizarem a diversidade em suas equipes, com políticas afirmativas e estruturação formal para buscar a equidade — surgindo daí as grandes equipes de DEI.

Ainda não é possível medir o completo impacto da redução das equipes de diversidade, especialmente nas grandes empresas globais, que de certa forma moldam o que é tendência no mercado. No entanto, já são estimados efeitos negativos: colaboradores são mais propensos a deixar empresas que não priorizam esforços de equidade, segundo um relatório da empresa de consultoria McKinsey e da instituição LeanIn.org.

Monne Williams, sócio da McKinsey & Company em Atlanta, afirmou em entrevista reproduzida no portal Meio e Mensagem: “Diversidade, equidade e inclusão não podem ser coisas que você só faz quando os tempos estão bons. Se isso se tornar o sabor da semana, as empresas perderão talentos.”

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