Como a falta de regulação ESG traz problemas para o Brasil?

Por Helena Botelho de Souza

Jornalista Freelancer na Caderno Nacional

Publicado em 25/08/2022. Atualizado em 25/08/2022

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Confira os resultados de um estudo de ESG envolvendo o Brasil e saiba como as poucas regulações da área trazem consequências negativas ao país.

Confira os resultados de um estudo de ESG envolvendo o Brasil e saiba como as poucas regulações da área trazem consequências negativas ao país.

Nos últimos anos, o cenário corporativo, político e econômico internacional tem falado com frequência a respeito da agenda e das práticas ESG, que significa Environmental, Social and Governance, isto é, Meio Ambiente, Social e Governança. A sigla, que tem substituído a palavra “sustentabilidade”, aborda ações dessas áreas feitas por empresas e governos para promover resultados positivos para o planeta e a sociedade.


Recentemente, um estudo feito pela consultoria MB Associados, com 19 países, tratou de temas como indicadores ambientais, estabilidade política e combate à corrupção. O estudo utilizou critérios da Universidade de Yale (EUA) e dados do Banco Mundial para avaliar a relação entre ações governamentais destes 19 países e a agenda ESG. O resultado para o Brasil foi bastante negativo.


Entre 19 países, o Brasil ocupou a 17ª posição, à frente apenas da África do Sul e de Filipinas. A classificação foi feita em porcentagem e, quanto maior o número indicado, pior a posição. O resultado do Brasil foi de 61%, enquanto o primeiro lugar do estudo, a Coreia do Sul, teve como pontuação o baixo número de 2%.


De acordo com o especialista em Finanças e Sustentabilidade Celso Lemme, nós, brasileiros, “estamos ficando muito atrás do que a comunidade internacional espera” em termos de ESG.


Em entrevista ao portal Terra, a consultora de sustentabilidade da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), Fernanda de Arruda Camargo, explicou: “Descobrimos que precisamos informar muito e criar critérios para o uso do termo ESG". Ela ainda reforçou que é importante incorporar o social (S) do ESG, prática que é difícil no país.


Com esse cenário, considerado bastante negativo para o país, chega a pergunta principal: como a falta de regulação e de ações ESG trazem problemas para o Brasil de modo geral? O Caderno Nacional foi atrás de responder o questionamento. Há dois problemas principais.

Problema 1: Perda de oportunidades internacionais


Com pouca regulamentação para as práticas ESG nas empresas, o Brasil acaba tendo seus produtos preteridos pelo consumidor internacional, que está mais acostumado a padrões rígidos de ESG, transparência e comunicação.

Henri Rysman, gestor de Fundos Renda Fixa da BNP Paribas, afirmou no Encontro de ESG que “o Brasil não usufrui mais da mesma confiança do consumidor internacional para a exportação de muitos de seus produtos”. Essa perda de oportunidades de comércio internacional traz problemas à economia do país a curto, médio e longo prazo.

Problema 2: População menos informada


Com poucas leis, certificações, orientações e práticas envolvendo a agenda ESG no Brasil, temos como consequência uma população pouco informada sobre bem-estar social, condições de vida no futuro e economia sustentável.

Essa população, por sua vez, cobra ainda menos posicionamento de empresas, governos e organizações, ficando então condicionada ao cenário político, econômico e social resultante de ações sem um propósito sustentável e social.

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